Federação realizou oficinas do T.A.B.A. e do Solare no 44º Enea

Preparar os jovens profissionais para o mercado de trabalho e fornecer ferramentas de atuação e representatividade foram os objetivos da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) durante o 44º Encontro Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (Enea). Com atividades dos projetos Trabalhadores Articulados em Benefício da Arquitetura (T.A.B.A.) e Softwares Livres para Arquitetura e Engenharia (Solare), a entidade participou de discussões sobre direito à cidade, o papel dos estudantes na arquitetura do futuro e as possibilidades de atuação na área. O Enea, organizado pela Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (FeNEA), aconteceu entre os dias 23 a 29 de abril em Aracruz (ES).

Representando a FNA, o vice-presidente, Maurilio Chiaretti e a conselheira Fiscal Kelly Hokama participaram das mesas de debate sobre o papel do Colegiado de Entidades de Arquitetura e Urbanismo (CEAU) na defesa da categoria, a pauta dos estudantes pela melhoria das cidades e os 50 anos da FeNEA. “Esses espaços de discussão, principalmente com quem está no processo de formação, oportuniza o estudante de arquitetura aprofundar e incentivar a participação coletiva desde o início da atuação profissional. Quanto mais articulados estivermos, melhor será a tratativa nas pautas de políticas públicas nas cidades brasileiras. Temos que levar esse olhar diferenciado da arquitetura para uma população de menor poder aquisitivo, pensando nas melhorias habitacionais e de estrutura. Essa pauta é coletiva”, explica Kelly. O objetivo dos debates, além de apresentar as ações já em andamento das instituições representantes, também se propôs a acrescentar as ideias dos estudantes.

Sócia do escritório Arquitetura Humana (AH!) e uma das responsáveis pelo T.A.B.A., Karla Moroso explica a importância desses espaços de troca. “Sempre enxergamos o T.A.B.A. como um processo de formação e, por isso, reforçamos essa proximidade com os estudantes. Durante as atividades, que envolveram rodas de conversa e atividades práticas, tentamos desmistificar os impostos e a organização de trabalho em arquitetura e como todo esse sistema se relaciona com as desigualdades do país”, explica. Karla destaca que a maioria dos jovens reforçou a importância de entender o sistema e como a arquitetura está ligada com o processo de crescimento do país. As atividades do projeto, entre elas duas palestras e uma oficina, trabalharam a imersão sobre o que são as relações de trabalho e os impactos delas para a sociedade. Todas as atividades do T.A.B.A. também foram ministradas pela sócia do AH! Taiane Beduschi.

Finalizando a agenda da FNA durante o Enea, o coordenador do Solare e suplente do Conselho Fiscal da entidade, Danilo Matoso, ministrou uma palestra sobre a utilização dos softwares livres como forma de viabilizar os novos formatos de trabalho. “Os programas de código aberto são o caminho para que a categoria, organizada coletivamente, tome as rédeas de seus meios de produção. A participação dos estudantes é fundamental pois é por meio deles que quebramos o ciclo de dependência de softwares proprietários, e democratizamos o acesso a nossas ferramentas de trabalho também para os recém-formados, que não podem mais usar licença educacional”, explica. O profissional também destaca que o projeto prevê em breve ações de credenciamento de estudantes como monitores. “Assim já abrimos possibilidades de remuneração de nossos futuros colegas, por meio de bolsas e pequenos cursos junto aos colegas”, explica.

O 44ª Enea teve como tema central a proposta de “Repensar o Antropoceno”, provocando debates sobre a criação das cidades, habitação social, espaços coletivos, técnicas de construção e a coexistência da população nos espaços urbanos.

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