T.A.B.A. discute os sindicatos como ferramenta dos novos modelos de atuação

Encontrar formas coletivas de organização para atuação profissional em arquitetura e urbanismo é o desafio proposto pelo projeto Trabalhadores Articulados em Benefício da Arquitetura (T.A.B.A.). O lançamento oficial da Cartilha e a primeira oficina prática reunindo os dirigentes sindicais aconteceu na tarde deste sábado (28/05), durante o ERSA Sudeste e Centro-Oeste. O objetivo do encontro foi trocar ideias e propor atividades para discutir como o sindicato pode ser um potencializador das cooperativas, ONGs, associações e escritórios populares. “Dividimos a publicação em três partes: contexto, fundamentos e estratégias. Com essa classificação, queremos possibilitar que os arquitetos compreendam a situação econômica atual do país, entrem em contato com o conteúdo tributário e, a partir disso, possam escolher um modelo que melhor funcione para si e para a sua carreira”, explica a sócia do AH! Arquitetura Humana, escritório responsável pelo projeto, Karla Moroso. A mesa ainda contou com a participação do representante do ArqCoop+ Denis Neves e dos demais sindicalistas presentes.

“A realidade atual dos profissionais é se encaixar aonde der, conhecer a fundo do melhor modelo tributário. Há uma forte precarização das relações de trabalho e do mercado, os arquitetos estão se virando como dá”, explica a também sócia do AH! Arquitetura Humana Taiane Beduschi. A Cartilha teve sua primeira tiragem impressa entregue durante o evento, possibilitando que os dirigentes utilizem a publicação como um mapeamento de trabalho junto à base. O tesoureiro do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Rio de Janeiro (SARJ), Rodrigo Bertamé, trouxe a questão de transformar os sindicatos em agentes atuantes pela expansão da categoria. “Acho que nosso papel agora é unir inúmeros arquitetos que não encontram espaço no mercado, com a densa população de baixa renda que necessita de serviços de arquitetura. Podemos ser aqueles que vão viabilizar essa conta e unir quem precisa de moradia digna com quem precisa trabalhar”.

A presidente do Sindicato dos Arquitetos do Distrito Federal (Arquitetos-DF), Luciana Jobim, também destacou que as entidades podem se tornar uma espécie de incubadora desses novos modelos de atuação. “Temos que viabilizar e ofertar os serviços jurídicos, contábeis e até um endereço para esses profissionais. A ideia é que possamos ajudar na criação de empregos e gerar uma mudança real no nosso mercado”. Neves trouxe algumas vivências da organização e funcionalidade das cooperativas. A ArqCoop+ começou seu trabalho dentro do bairro onde os arquitetos já residiam, usando como abertura a aproximação com os moradores. “Viabilizamos nosso trabalho através de um plano de bairro, abrimos um canal com a população para que entendessem nossa atuação, trouxessem suas demandas e pudessem compreender como podemos ajuda-los, inclusive, por um projeto urbano de toda a comunidade, não apenas das moradias individuais”.

A oficina se encerrou com uma atividade que propunha ações práticas para viabilizar a participação sindical pelo desenvolvimento da categoria. Propostas como formação e fortalecimento de material teórico sobre posicionamentos tributários, aproximação com a classe estudantil, definição de estratégias e busca por parceiros na facilitação das cooperativas foram algumas das soluções trazidas pelos dirigentes. A tarde do ERSA Sudeste e Centro-Oeste ainda foi marcada pela prestação de contas das políticas aplicadas pela Federação Nacional dos Arquitetos (FNA) no último ano.

O T.A.B.A. é um projeto desenvolvido pela FNA e Arquitetura Humana, com apoio do CAU.

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