Palestra sobre conjuntura aborda desenvolvimento e financiamento de campanhas

Características de longa duração no país, como a dependência externa, as desigualdades sociais e o grau restrito de democracia, foi um dos pontos abordados no começo da manhã deste sábado (30 de maio), em Campinas (SP), durante Reunião Ampliada da FNA com os Sindicatos de Arquitetos dos estados. O tema da palestra, apresentada pelo historiador Valter Pomar, mestre e doutor em História Econômica, foram os cenários internacional e nacional e seus impactos nas políticas públicas e na sociedade brasileira.

“Sem reforma tributária e sem recursos, o governo não consegue investir para o país crescer, não consegue ampliar as políticas públicas”, pontua. Segundo Pomar, estes fatores resultam na crise que se vê hoje. Na avaliação do palestrante, o caminho é ampliar os níveis de democracia e fazer a tributação sobre o capital. “Não existe solução institucional para a crise que estamos vivendo”, alerta.

A elevação do padrão do consumo dos brasileiros também foi abordada durante a palestra. Para o historiador, a política centrada no consumo gera uma situação complexa. “O problema é que o nível de consciência gerado na classe trabalhadora cresce mais devagar do que o nível de descontentamento dos setores capitalistas”, avalia. Pomar comenta que a via de consumo não é errada, mas “muito perigosa” neste sentido. “A elevação do nível de vida não deve ser feita só pelo consumo, mas também com reorganização da infraestrutura urbana, a organização do modal de transporte e a implementação de novas fontes de energia”, exemplifica. “Se você não faz transformações estruturais, você não consegue melhorar o nível de vida”, acrescenta.

O financiamento empresarial privado de campanhas políticas foi duramente criticado. “As empresas privadas investem, não fazem doação”, diz Pomar. Para ele, os financiamentos empresariais privados sempre envolvem algum tipo de corrupção pois “a lei é corrupta”. O palestrante também falou da importância do papel dos sindicatos, que oferecem a possibilidade de organizar a classe trabalhadora. “O movimento sindical tem papel insubstituível, é a porta de entrada dos trabalhadores para a consciência política”, disse Pomar.

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