Exposição online mostra Rio de Janeiro sob a ótica do Design de Superfície

Uma exposição online de projetos visuais elaborados a partir da técnica do Design de Superfície (padronagens artísticas) com elementos gráficos semióticos inspirados em manifestações artísticas e culturais brasileiras. A homenagem às belezas arquitetônicas, culturais e naturais do Estado do Rio de Janeiro é um dos eventos oficiais do calendário do Rio Capital Mundial da Arquitetura: a Exposição Virtual ‘As Superfícies do Rio’. Basta entrar no link para ver o trabalho do designer gráfico e artista visual Alexandre Valentim, que fará a mostra física em 2021. “O trabalho traz como pano de fundo o resgate da cultura popular brasileira e a importância da preservação do meio ambiente, com sua fauna e flora naturais da Mata Atlântica e dos nossos mares”, define o autor, que acaba de ser reconduzido para o novo mandato 2021/2023 como Membro da Comissão do SIM-RJ (Sistema de Museus do Estado do Rio de Janeiro).

O evento presencial será composto pelo workshop ‘Design de Superfície e a Cultura Popular Brasileira’, além da exposição com aproximadamente 20 peças de pontos turísticos do Estado do Rio de Janeiro. “Será uma exposição cenográfica, com padronagens espalhadas pelo teto, pelo chão, com workshop e projeção mapeada, mas com a arte como âncora. Na oficina, vou demonstrar a técnica e todo o processo de criação. O participante será estimulado a perceber e utilizar os signos e símbolos que compõem o seu universo histórico e cotidiano”, planeja Valentim.

Devido à recomendação de distanciamento social por causa da pandemia do novo coronavírus, a realização do evento presencial ficou para depois e, agora, os trabalhos poderão ser vistos virtualmente. O tema em torno de elementos naturais e arquitetônicos tem o viés da preservação relacionada à fauna e à flora. Em preto e branco ou colorido, os trabalhos selecionados por Valentim mostram uma fusão da técnica com a arte em pontos belos e conhecidos como o Morro Pão de Açúcar, na Cidade do Rio, e Museu de Arte Contemporânea (MAC), em Niterói.

Riqueza de detalhes
Impressiona a riqueza de detalhes nas obras, como a aplicação da técnica ao desenho da fachada do Hotel Copacabana Palace, por exemplo. O autor se preocupa sempre em manter os tons originais dos elementos desenhados. “Os desenhos são constituídos de várias padronagens, criei uma forma lúdica, artística de representação. É o objeto constituído por padronagens”, explica Valentim, que é professor de Educação Artística, com pós-graduação em Multimídia, pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

Os trabalhos são resultado da pesquisa dos elementos gráficos semióticos da cultura brasileira: pinturas indígenas, cerâmica Marajoara, literatura de cordel, folclores, fauna e flora, arquitetura, inscrições rupestres etc. “Tudo com a utilização da técnica do Design de Superfície (padronagens artísticas) na criação de projetos visuais para os mais variados segmentos da indústria e economia criativa, na moda, cenografia, decoração, papelaria, revestimentos, embalagens, produções artísticas, informática, publicidade e até onde a criatividade nos levar”, diz Valentim.

O objetivo da mostra, segundo o autor, é convidar o observador a prestar atenção nas belezas naturais e arquitetônicas que compõem o seu contexto social e cultural, “despertando o sentimento de pertencimento e sensibilizando-o a cuidar mais do meio ambiente”, além de divulgar e popularizar a técnica.

Desde criancinha
Alexandre Valentim conta entusiasmado que o conceito do Design de Superfície foi criado na Inglaterra e pode ser funcional, decorativo ou informativo. A técnica foi trazido para o Brasil na década de 1990 e a precursora foi a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “Além da conotação técnica, é criativo. O Calçadão de Copacabana é um design de superfície, o chão de metal dos ônibus também. Nos ajuda a sinalizar, identificar, decorar e diferenciar”, resume ele.

E recorda que quando era criança, fazia os traços de design de superfície em qualquer lugar, até durante as aulas na escola. “Mais tarde descobri que o que eu fazia tinha nome e outras pessoas também faziam. Busquei referências. Estudei muito, porque sou contra o belo pelo belo. O belo tem que ter conteúdo. Tem que haver informação no belo”.

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Fonte: Capital Mundial da Arquitetura/RJ

Foto: Projeto do artista Alexandre Valentim

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