Entidades de Arquitetura reagem ao corte de bolsas de iniciação científica em Ciências Humanas

Enquanto países do mundo inteiro reúnem seu corpo científico multidisciplinar em busca da cura para o novo Coronavírus (Covid-19), o Brasil dá mais um exemplo de atraso e revela total descaso e desconhecimento sobre a importância da pesquisa e da ciência para o desenvolvimento de uma Nação. O último passo para trás foi o bloqueio de 25 mil bolsas de iniciação científica previstas para o período de agosto/2020 a julho/2021, medida anunciada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC) do governo Bolsonaro.

Sob o pretexto de estabelecer o critério do enquadramento às áreas de “tecnologia prioritária”, o governo federal dá prosseguimento ao desmonte e ao controle da pesquisa científica no Brasil.  Entidades representativas da Arquitetura e Urbanismo do país repudiam mais essa tentativa do governo de inserir a Ciência em um enquadramento ideológico que impede o desenvolvimento de pesquisas sobre a realidade social do país, uma vez que, com a medida, apenas passam a receber fomento governamental àquelas estritamente ligadas à área de desenvolvimento tecnológico.

A Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), a Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA), a Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP), a Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (ANPARq) e o Instituto de Arquitetos do Brasil ( IAB) lançaram conjuntamente documento de repúdio à exclusão das áreas de Ciências Humanas como beneficiadas do CNPq. No documento, as entidades reforçam a importância da interlocução entre os vários campos do conhecimento como forma de fazer frente a momentos críticos e urgentes, a exemplo da atual crise sanitária imposta pela Covid-19. “Só teremos um futuro generoso se os jovens de hoje puderem se dedicar, igualmente e de forma integrada, às ciências exatas e da terra, às ciências biológicas, às engenharias, às ciências da saúde, às ciências sociais, às ciências humanas, à linguística, às letras e às artes”, destaca o manifesto.

Leia aqui o documento na íntegra

Foto: Axel2001 / Istock

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