Entidades assinam carta contra abertura de rodovia no Parque Nacional do Iguaçu

A Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), ao lado do Sindicato dos Arquitetos do Paraná (Sindarq-PR) e diversas outras entidades, assina carta contra o Projeto de Lei Complementar (PLC) 061/2013. O projeto, que tramita atualmente no Senado Federal, permite reabertura da Estrada-Parque Caminho do Colono, no meio do Parque Nacional do Iguaçu. A área, criada em 1939 no extremo Oeste do Paraná, possui 185 mil hectares de terra e abriga as Cataratas do Iguaçu.

O trecho da antiga Estrada do Colono possui 18 quilômetros entre as cidades de Serranópolis do Iguaçu e Capanema. O projeto coloca em risco o último grande remanescente florestal de Mata Atlântica de interior existente ainda no Brasil e o último refúgio de onça-pintada no Sul do continente. A estrada foi fechada em 2003, por determinação do poder judiciário, em decisão que transitou em julgado.

Se aprovado o projeto, a rodovia voltará a dividir o Parque, segregando a fauna e facilitando a caça ilegal, o atropelamento e tráfico de animais silvestres, o transporte de drogas, armas e mercadorias ilícitas – comuns antes do fechamento da rodovia. Além dos impactos ambientais, a reabertura da estrada retiraria o título de Patrimônio da Humanidade concedido pelas Nações Unidas, “fator que contribui para atrair visitantes, e que viabiliza financeiramente a conservação da área”, explica Raby Khalil, presidente do Conselho de Meio Ambiente de Foz do Iguaçu (COMAFI). A World Heritage Watch (WHW), organização não governamental ligada à Unesco, já notificou o Senado Federal sobre o assunto.

A Carta em defesa à unidade de conservação, elaborada pelo grupo Amigos do Parque Nacional do Iguaçu e encaminhada ao Congresso Nacional, aponta diversos motivos para que esse retrocesso não ocorra. “Estudos científicos e técnicos realizados pelo Ministério Público Federal, pela Polícia Federal e pela 5ª Companhia de Polícia Ambiental mostraram que quando a Estrada do Colono estava aberta, eram comuns ocorrências como caça ilegal, atropelamento e tráfico de animais silvestres, transporte de drogas, armas e mercadores ilícitas, prejuízos ao turismo e ao desenvolvimento econômico do Oeste do Paraná, e desmatamento da Mata Atlântica”, diz o documento.

Entidades ligadas ao setor ambiental temem que a pressão de Alvaro Dias (Podemos-PR), senador responsável pelo desarquivamento do PLC, faça com que o projeto vá direto ao Plenário do Senado. O presidente de Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) pode optar por esse caminho, caso seja apresentado requerimento. É possível manifestar opinião pública sobre o PLC através do site do senado.

Confira a carta completa aqui.

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