Clara Ant, Danilo Matoso e Luiz Philippe Torelly lançam livros durante 46º ENSA

Nem só de debates sobre o mercado de trabalho e o futuro do sindicalismo brasileiro será feito o 46º Encontro Nacional de Sindicatos de Arquitetos e Urbanistas (ENSA). O evento, promovido pela Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), também vai receber , o lançamento dos livros “Quatro décadas com Lula: o poder de andar junto”, de Clara Ant, “Destruição da arquitetura: crônicas políticas de um país em demolição”, de Danilo Matoso, e “O mármore e a murta: Antônio Vieira. jesuítas, cativos e bandeirantes no século XVII”, de Luiz Philippe Torelly. O evento também contará com o livro “A embaixada da Itália em Brasília: poéticas da arquitetura italiana no Brasil”, de Sylvia Ficher, Andrey Schlee e Danilo Matoso – lançado em 2021. A estreia das publicações e a mesa de debates entre os autores acontece gratuitamente no Salão Alvorada do Brasília Palace Hotel, no dia 25 de novembro, a partir das 17h30, com transmissão pela plataforma Zoom.

Ex-vice-presidente da FNA e atual conselheira do Instituto Lula, Clara Ant explica que a autobiografia “Quatro décadas com Lula” (Autêntica, 2022) começou a ser escrita em 2016, ainda durante o golpe da presidente Dilma. “Desde então, foi bom, mas muito difícil reviver todas as histórias que reuni. Foram anos de vulnerabilidade da lei, de violência, de pandemia. Mas decidi que precisava finalizar a obra como uma forma de protesto para combater o negacionismo e para contar o quanto o PT e o Lula foram importantes para a história do Brasil”. Ela e o atual presidente eleito se conheceram na década de 1970, quando ambos faziam história no movimento sindical. Clara esteve à frente das Caravanas da Cidadania, ainda nas primeiras campanhas eleitorais para a presidência, e viu de perto a situação do povo e o descaso das autoridades com as regiões periféricas do país. “Esse livro é a minha contribuição pela luta e pela sobrevivência de trabalhadoras e trabalhadores do nosso país”, afirma.

A realidade política e a luta pela democracia também moveram o secretário de Organização e Formação Sindical da FNA, Danilo Matoso, a organizar “Destruição da arquitetura” (Ruptura, 2022). A obra reúne textos publicados pelo autor a partir de 2020 no site O Partisano, um portal de política, cultura e humor que acompanhou o curso da política brasileiro em meio à pandemia de Covid-19. Matoso explica que, entre os mais de 100 textos veiculados, escolheu para o livro aqueles relacionados à arquitetura, onde considera que “talvez haja alguma contribuição original”. Segundo ele, os dois principais temas que compõem a obra são “a questão da luta pela moradia e pelo direito à cidade, e a questão da preservação de nossa memória e das políticas e instituições correspondentes” – o que acaba por dar destaque a questões relacionadas ao Patrimônio Cultural do país.

A pesquisa histórica também está no cerne de “O mármore e a murta” (Anna Blume, 2022), de Luiz Philippe Torelly – também ex-vice-presidente da FNA. A obra recupera a trajetória e o pensamento do padre Antônio Vieira (1607-1697), que o autor considera “o mais destacado religioso, cronista, missionário, literato e profeta de seu tempo”. Nesse estudo, também escrito integralmente durante a pandemia, Torelly condensa anos de leitura e pesquisa, tratando de questões como a escravidão africana e indígena, o comércio ultramarino, a Inquisição, a Contrarreforma, o Milenarismo, a perseguição aos judeus, o Bandeirismo e as relações da Companhia de Jesus com os colonos e o governo português. Para o pesquisador, um mergulho nos escritos de Vieira revela “muitos episódios de rara sensibilidade e coragem intelectual, expressos no uso hábil das palavras, de alegorias, metáforas e silogismos, imersos na complexa sintaxe e dualidade barrocas”.

Integração Brasil e Itália
Também estarão presentes no evento os autores de um dos textos de “A embaixada da Itália em Brasília: poéticas da arquitetura italiana no Brasil” (Editora Brasileira, 2021), um livro dedicado ao edifício-sede da Embaixada Italiana na capital federal, projetada pelo italiano Pier Luigi Nervi (1891-1979). Em seu conjunto, a publicação traz um enquadramento em aspectos inéditos de uma construção de valor artístico, arquitetônico e comprometida com a conversão e a sustentabilidade energética. No texto de fôlego “Casa ancestral”, os arquitetos Sylvia Ficher, Andrey Schlee e Danilo Matoso traçam a contribuição dos arquitetos e engenheiros italianos no Brasil desde o século XVI, desaguando nas colaborações que resultaram na embaixada. Por essa pesquisa, os três profissionais receberam do governo italiano a comenda de Cavaliere dell’Ordine della Stella della solidarietà italiana, concedida por decreto do presidente da Itália a partir de recomendação do Ministro dos Negócios Estrangeiros.

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