A arte de expressar-se pela arquitetura e fotografia

Para Ilka Filippini é impossível dizer qual amor veio primeiro: a arquitetura ou a fotografia. Ela explica que a formação é a descoberta de nossas potencialidades e preferências, que se manifestam sempre que surgem novas oportunidades. “Para mim, a arquitetura e a fotografia são meios de expressão. Foram surgindo e se intercalando conforme as diferentes épocas da minha vida. Elas são ferramentas que se apresentam para ajudar a materializar sensações e aspirações.”

Natural de Caxias do Sul, município localizado no Rio Grande do Sul, Ilka mudou-se para Porto Alegre, capital do estado, nos anos 1970 para cursar Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Iniciando uma fase de amadurecimento pessoal em um mundo cheio de possibilidades, ela viu na arquitetura um espaço para liberação de sua criatividade, onde poderia implementar ideias de organização de espaços, sendo eles com pequenos objetos, ou grandes projetos.  

Desde a adolescência interessada por conhecer seu lado artístico, Ilka conta que logo jovem já teve contato com a fotografia, paixão que se faz presente na sua vida até hoje e que a acompanhou em diferentes momentos ao longo de sua trajetória. “Lembro que, na adolescência, tive contato com laboratório de fotografia preto e branco. Era muito mágico ver surgir as imagens.” Foi amor à primeira vista. Registrando sempre as diferentes fases da vida, pelos anos 2000 iniciou alguns cursos, adquiriu novas câmeras e fez muitas fotos em viagens. “Quanto mais a gente fotografa, mais gosta! Ao longo dos anos, vieram expedições fotográficas, festivais de fotografia e exposições, ampliando os conhecimentos, as redes de contatos e formando grandes amizades”, ressalta.

Após finalizar a graduação, a arquiteta iniciou a carreira trabalhando com planejamento urbano, área com a qual mais se identificava por haver a possibilidade de debater as necessidades coletivas e criar espaços públicos, não privados. Foi concursada de sua cidade natal, onde participou da elaboração do Plano Físico Urbano, estabelecendo normas de organização e ocupação do espaço urbano. Também atuou na Universidade de Caxias do Sul (UCS), partilhando a coordenação do curso de Capacitação para  os Planos Diretores em contato com 27 municípios, e experienciou o Planejamento Regional da Aglomeração Urbana do Nordeste do RS, juntos aos técnicos de dez municípios gaúchos e professores da UCS.


Para Ilka, tanto a arquitetura, quanto a fotografia são formas artísticas. As pessoas e as diferenças culturais são suas fontes de inspiração. Trazer novos parâmetros através do conhecimento de outras formas de viver e pensar é o que motiva a arquiteta não apenas a fazer novos cliques, mas, também, o que a fez seguir na profissão em que se graduou.


Atualmente, ela segue no ramo da fotografia como forma de expressão, dividindo este espaço com o tear, com as linhas e lãs, encontrando, sempre, novas maneiras de criar e de manifestar seu eu artístico. Porém, isso não significa que a arquitetura e o planejamento não sigam ensejando reflexões. “Em tempos que demandam mudanças substanciais na nossa forma de viver em sociedade, precisamos, mais do que nunca, ser abertos e criativos no fazer da arquitetura e planejar a ocupação dos espaços, para seguirmos vivos, saudáveis e, o mais importante, felizes”, finaliza.

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