A vitória da coligação Brasil da Esperança nas eleições e o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência do Brasil representa uma importante vitória do campo democrático e das organizações populares. Desde o golpe de 2016, foram tempos de retirada de direitos dos trabalhadores; de descaso com o patrimônio nacional; de desmonte do Estado e das políticas sociais, culturais, ambientais e da moradia. A eleição de 2018 com o principal candidato impedido por um processo viciado, conduzido por agentes parciais, intensificou este processo e colocou o país em uma condição de grave crise frente a enormes desafios como a fome, o desemprego, o negacionismo frente à pandemia da COVID-19, as tragédias anunciadas das nossas cidades sem políticas de prevenção de desastres.
A campanha encerrada com as eleições em 2º Turno foi marcada pela mentira, pelo uso indiscriminado e predador do orçamento secreto, que potencializa o clientelismo e perpetua práticas não republicanas de gestão. Frente a este quadro, as entidades que representam os trabalhadores organizaram uma resistência ativa e inteligente, ousada e criativa. Muitos se mobilizaram pela democracia, pelo respeito às instituições, pelo combate ao uso nocivo da mentira nos meios e plataformas digitais, por proposições que de fato façam diferença na vida das pessoas.
Em 2023, o Brasil retoma o seu curso civilizatório de desenvolvimento, redistribuição da riqueza, de construção de um mundo sustentável e justo, com trabalho digno para todos. Os arquitetos e urbanistas desempenham importante papel neste processo, como articuladores das forças produtivas relacionadas à construção de nosso habitat – rural e urbano. Por sua formação e prática, os arquitetos são capazes de dialogar com os valores culturais, com as demandas ambientais, com os avanços tecnológicos e sobretudo com as diversas organizações populares.
A Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas se soma a todas as entidades profissionais como instrumento de mobilização e organização da categoria em seu papel de defesa da classe trabalhadora. Num tempo de esperança e muito trabalho para reconstruir o país, cumpre-nos restabelecer o diálogo democrático com todos os setores de modo a garantir a permeabilidade do Estado às demandas de nosso povo. Estaremos juntos na construção de um país sem pobreza, com trabalho e moradia dignos, com respeito a nosso patrimônio cultural em todas as suas expressões e com uso responsável de nossos recursos naturais.
Vamos em frente, junt( )s construímos um país melhor para todos!
Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas
31 de outubro de 2022
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil