Sindicalismo perde Vito Giannotti

A Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) lamenta a morte do líder Vito Giannotti, um homem obstinado que lutou contra a ditadura, participou da oposição metalúrgica de São Paulo e construiu a memória das lutas sociais e operárias no Brasil. Nascido na Itália, mas radicado no Brasil desde 1964, foi coordenador da CUT e fundou o Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), o principal centro de treinamento e produção em comunicação popular e sindical do país.

 

“Giannotti pregava que a comunicação sindical tinha que disputar a opinião pública e o espaço de informação com os grandes meios de comunicação”, lembra o presidente da FNA, Jeferson Salazar. Gianotti também estimulou várias gerações de comunicadores populares e sindicais a empunharem a bandeira da luta pela democratização da comunicação, assunto que dominava como poucos e sobre o qual dedicou grande parte de sua produção intelectual.

 

Metalúrgico, historiador, escritor, jornalista, professor, militante da democracia e do socialismo, ele morreu no sábado (25/07) aos 72 anos de causas naturais em sua casa no Rio de Janeiro. Autor de mais de 20 livros, dentre eles “O Que é Jornalismo Sindical, Comunicação Sindical – a arte de falar para milhões”, “História das Lutas dos Trabalhadores no Brasil” e “Muralhas da Linguagem”, deixa a esposa Claudia Santiago, a enteada e o filho Taiguara. “O falecimento de Giannotti é uma grande perda, só compensada pelo grande legado que ele deixa para as causas sindicais e populares”, acrescenta Salazar.

 

Ao lado da esposa, era proprietário da livraria Antônio Gramsci, no coração do Rio de Janeiro, local que acabou se tornando um ponto de encontro de intelectuais de esquerda e lutadores populares. Dono de um coração enorme, Vito acumulava amigos por onde passava: tinha sempre uma palavra de carinho, de consolo, de esperança. Sabia fazer o enfrentamento “sem perder a ternura jamais”, como propôs certa vez um dos ídolos que ele ostentava nas suas camisetas.

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