Servidores públicos de várias categorias, incluindo arquitetos e urbanistas, realizam a paralisação de suas atividades na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, desde o dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. O movimento cobra das autoridades municipais o reajuste salarial, a criação de planos de carreira e as promoções de quinquênio, além do pagamento de adicional de insalubridade e noturno.
O Sindicato dos Arquitetos do Mato Grosso do Sul (Sindarq-MS), que aderiu ao movimento junto com o sindicato dos engenheiros, tem levantado pautas para reivindicações do setor público e lutado para manter seus direitos.
A presidente do Sindarq-MS e servidora pública, Iva Carpes, afirma que “entendo e sinto na pele a falta de respeito com os servidores, pois sem nossa força de trabalho, a máquina do governo não funciona como deve ser”.
“O sindicato está debatendo a falta de uma Cogeplan, que é uma comissão feita exclusivamente para os planos de carreira. O plano criado não foi aceito por desconsiderar nossos direitos, então a nossa categoria está sem plano”, comenta Iva sobre a carência de dois anos do plano.
A falta de um plano de carreira é um dos muitos fatores que contribuem no esvaziamento das pautas levantadas. Contudo, o principal prejuízo que o sindicato enfrenta no não cumprimento das reivindicações é diminuição da capacidade econômica dos servidores, que afeta diretamente o corpo de profissionais, levando ao encolhimento de concursados, já que não existe legislação que lhes assegure trabalho, como explica a presidente:
“Infelizmente não há legislação que impeça isso, a nossa conversa [do sindicato] daqui pra frente será com os vereadores para criar uma lei municipal que crie limites de contratação.”
Os servidores sul-mato-grossenses prevêem que no dia 20 de março haja uma audiência pública para que se possa discutir junto com as autoridades municipais medidas contra o cerceamento de direitos, como a remuneração paga em dia.
Para Iva, manter garantias previstas pelo cargo e regulamentar a rotina do trabalho são as pautas mais importantes que, sem ajuda de outras categorias, não seria possível:
“Junto com os outros sindicatos, [nós arquitetos] estamos mais fortalecidos.”
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil