Rio 2020 UIA debate o futuro das cidades no mundo

O Brasil sediará, pela primeira vez, o maior evento global de arquitetura e urbanismo. O Congresso Mundial de Arquitetos, em sua 27ª edição, é promovido a cada três anos pela União Internacional dos Arquitetos (UIA) e dessa vez trará, para o Rio de Janeiro, o debate ‘Todos os mundos. Um só mundo. Arquitetura 21”.

De 19 a 23 de julho, especialistas de diversas parte do mundo vão se reunir em torno de questões sensíveis às grandes cidades: infraestrutura, construção, habitação, mobilidade, cultura, planejamento urbano e mercado de trabalho de arquitetos e urbanistas. O local escolhido para sediar a intensa agenda de atividades do Rio 2020 UIA será as instalações do Centro do Rio, que estará no centro do debate sobre o futuro das cidades do mundo.

A Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) é uma das entidades parceiras do evento que pretende reunir 20 mil arquitetos, urbanistas, estudantes e demais interessados da sociedade civil. Associados dos sindicatos e delegacias filiadas à FNA têm R$ 250,00 de desconto na taxa de inscrição. Inscreva-se pelo link http://bit.ly/33VUJQn.

“É preciso discutir a atual realidade urbana, em toda a sua diversidade e forma, ao mesmo tempo que se faz necessário promover a reinserção do arquiteto e urbanista no meio social”, afirma Cicero Alvarez, presidente da FNA, sobre as propostas do evento. O local escolhido, afirma, representa bem essa diversidade – marcada por riquezas e desigualdades. “O Rio congrega belezas naturais, patrimônio artístico-cultural e também enormes desafios para que se estabeleça a cidade inclusiva, voltada para o cidadão e não apenas para o turista”, lembra Eleonora Mascia, vice-presidente da FNA, que nesta terça-feira (27) participou do lançamento da programação do Rio 2020 UIA, em evento na Casa Firjan, na capital fluminense. Segundo Eleonora, é preciso envolver o cidadão, o usuário da cidade e da arquitetura, para se buscar mais justiça e inclusão na esfera dos direitos humanos.

O Rio 2020 UIA, que tem a organização do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), vai promover o intercâmbio de ideias e experiências entre arquitetos, urbanistas, estudantes, pensadores da cidade, agentes públicos e demais interessados, fomentando discussões e propostas. Nomes internacionais já confirmaram presença no encontro, entre eles Diébédo Francis Kéré, africano agente de transformação que desenvolveu uma arquitetura visionária que combina o uso de métodos construtivos locais, sustentabilidade e participação da comunidade, com o objetivo de melhorar as condições de vida das pessoas em locais pobres da África.

Outro nome confirmado, a brasileira Elizabeth de Portzamparc desenvolve projetos que contemplam os planos social, urbano e ecológico, valorizando a economia de formas e de materiais. Nascida no Rio, mudou-se aos 17 anos para a França, onde deu início à carreira internacionalmente aclamada, com prêmios como Future Heritage Award, em 2016, e dona de duas medalhas do Senado Francês pela carreira, além de membro do Conselho Científico do Atelier International du Grand Paris. Elizabeth é defensora da arquitetura que tem como função principal “abrigar a vida e a diversidade”.

Membro do Comitê de Honra, a brasileira Carla Juaçaba vê no UIA 2020 RIO oportunidade de “atravessar fronteiras”. A profissional é reconhecida internacionalmente por trabalhos que englobam sustentabilidade, tecnologia e aspectos socioculturais. Uma característica marcante de suas obras é a preocupação com o contexto do local onde se inserem – clima, luz, natureza e materiais disponíveis. Em 2013, na Itália, Carla venceu a primeira edição do prêmio arcVision – Mulheres e Arquitetura, que contempla anualmente profissionais internacionais da área que apresentam excelência em seus trabalhos. Ela também foi vencedora do prêmio AREA – Architecture Review Emerging Architecture, de 2018.

Eleonora Mascia e Carin Regina D’Ornellas, do SARJ

Crédito: Nicolas José/CAU-RJ

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