A Executiva Nacional da CUT divulgou no início do mês de março a resolução indicando os caminhos e instrumentos da Central para articular as mobilizações nacionais e as lutas cotidianas da classe em defesa dos direitos, pelo emprego, contra a fome e a carestia e por um governo democrático e popular. A Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), filiada à CUT, adere ao calendário e a resolução para 2022.
Com o objetivo de organizar a luta nos locais de trabalho, contribuir para a ampliação do diálogo com a população brasileira para que o país encontre o caminho da reconstrução nacional nas eleições deste ano, a CUT criou Comitês de Luta que atuarão de forma sincronizada com as Brigadas Digitais. Com o papel de pautar a política nacional, marcada pela despolitização e pela desinformação, característica do bolsonarismo e sua coalizão, a resolução divulgou o primeiro calendário de lutas dos trabalhadores, trabalhadoras e todos os brasileiros e brasileiras.
- 16/03 –Dia Nacional de Mobilização e Paralisação dos Servidores Federais, Estaduais e Municipais com ato nacional em Brasília e nas capitais;
- 23/03 – Indicativo de Greve Nacional dos Servidores Públicos Federais, a partir das avaliações das assembleias de base;
- 07/04 –Lançamento da Pauta da Classe Trabalhadora na Conferência da classe trabalhadora – CONCLAT, juntamente com as demais centrais sindicais;
- 1º. de Maio –Dia do Trabalhador
Confira a íntegra da resolução:
RESOLUÇÃO DA EXECUTIVA NACIONAL DA CUT – 24/02/2022
A Executiva Nacional da CUT reuniu-se no dia 24 de fevereiro de 2022 e debateu a conjuntura política e seus desdobramentos para o país e para os trabalhadores e trabalhadoras, bem como as ações para o enfrentamento dos desafios desse ano. A resolução política a seguir é o produto desse debate.
Ao iniciar 2022 a classe trabalhadora e o povo brasileiro não tiveram trégua em relação ao agravamento das condições de vida, trabalho e saúde. O desemprego continua atingindo mais de 11 milhões de pessoas, a inflação segue acima do 10% acelerando os aumentos dos preços dos alimentos e agravando a fome no país.
A essas condições somam-se os desastres ambientais como as chuvas em vários estados que já mataram mais de 300 pessoas, principalmente àquelas que vivem nas áreas de maior risco e o a seca que atinge gravemente a região sul do país e a produção de alimentos, em especial a agricultura familiar.
No combate a pandemia o novo surto da variante ômicron da Covid 19 voltou a lotar os hospitais enquanto o governo boicota e faz campanha contra a vacinação de crianças e jovens, aumentando a incerteza para a população e o número de mortos já chega às 650.000 pessoas.
Como não bastasse esse grave quadro interno, no plano internacional a guerra declarada pela Rússia contra a Ucrânia, condenada pela CUT, sinaliza para o agravamento das condições econômicas do país, a partir do aumento dos preços internacionais de commodities como o petróleo e seus derivados.
A CUT diz Não a Guerra! Em nota a executiva da CUT reafirmou nossa posição histórica de que em qualquer guerra, “a classe trabalhadora é sempre a maior derrotada” e que devemos nos manter “firmes em defesa da paz, do direito a auto determinação dos povos, da vida e dos direitos dos trabalhadores”, ressaltando que “as diferenças políticas e disputas internacionais entre Estados devem ser resolvidas pela via pacífica e negociada.”
Mesmo diante desse quadro de agravamento da crise nacional e internacional os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros estão se mobilizando e lutando para preservar seus direitos. A greve de sete dias dos servidores municipais em Florianópolis garantiu conquistas importantes para a categoria. As mobilizações dos servidores federais, da educação e das estatais, conseguiram impedir, até o momento, a votação da PEC 32 (reforma Administrativa) e também da privatização dos Correios. E os eletricitários continuam em luta para impedir a privatização da Eletrobras.
Nesse cenário desafiador, as eleições para presidente, governadores e legislativos estaduais e federal assumem uma importância fundamental para que o país possa encontrar o caminho da reconstrução nacional a partir da derrota de Jair Bolsonaro e da coligação de forças que dão sustentação ao projeto neoliberal de destruição do país. A CUT deve desempenhar um papel importantíssimo para conscientizar e mobilizar a nossa base e a população para esse embate a partir das nossas posições históricas.
Comitês de Luta e Brigadas Digitais
Nesse sentido, a executiva nacional aprovou a constituição de Comitês de Luta nos locais de trabalho, moradia e nas comunidades para que possamos fazer o debate com a população, politizar a disputa e mobilizar em torno da solidariedade e das reivindicações da classe trabalhadora e do povo brasileiro. Mais do que uma estratégia de mobilização das bases neste ano eleitoral os comitês almejam contribuir para um salto organizativo da CUT no diálogo com a população brasileira, estimulando a organização dos trabalhadores e suas lutas de forma contínua em defesa da democracia, do trabalho com direitos e das políticas públicas. Nossa meta deve ser a constituição de 6.000 Comitês de Luta em todo país, e trabalhar de forma articulada e sincronizada com as Brigadas Digitais da CUT para alcançarmos a marca de 100.000 brigadistas que pretendemos formados e mobilizados para pautar a disputa política nacional, marcada pela despolitização e pela desinformação, característica do bolsonarismo e sua coalizão.
Plataforma da CUT
A executiva também aprovou as diretrizes para a Plataforma da CUT para as eleições 2022 com as propostas para o Brasil, referenciadas na centralidade do trabalho, projeto de sociedade e desenvolvimento que queremos.
A Plataforma deverá ser uma das ferramentas prioritárias para dar suporte ao trabalho de politização, conscientização, mobilização e organização que os Comitês e as Brigadas vão desenvolver ao longo desse período. As diretrizes aprovadas servirão de base para que as Estaduais, Ramos e secretarias possam fazer suas contribuições para o texto final a ser aprovado e lançado no final de março durante a reunião da Direção Nacional.
Articulada às ações que serão desenvolvidas pelos Comitês e Brigadas a executiva estabeleceu uma agenda prioritária que passa pelas seguintes mobilizações:
- 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, sob o lema “Pela Vida das Mulheres, Bolsonaro Nunca Mais!!! – Por um Brasil sem Machismo, Racismo e Fome!”, onde estão sendo organizados atos unitários em todo país,
- 16/03 –Dia Nacional de Mobilização e Paralisação dos Servidores Federais, Estaduais e Municipais com ato nacional em Brasília e nas capitais,
- 23/03 – Indicativo de Greve Nacional dos Servidores Públicos Federais, a partir das avaliações das assembleias de base,
- 07/04 –Lançamento da Pauta da Classe Trabalhadora na Conferência da classe trabalhadora – CONCLAT, juntamente com as demais centrais sindicais
- 1º. de Maio –Dia do Trabalhador
Esse calendário deve ser articulado com a continuidade das mobilizações nacionais dos segmentos que estão diretamente afetados pelas investidas do governo Bolsonaro, como a PEC 32 dos servidores públicos, a agenda de privatizações envolvendo Petrobras, Eletrobras, Portos e Correios e da educação, incluindo a realização da CONAPE Livre da CUT no final de Abril.
Manter as mobilizações e as lutas cotidianas da classe em defesa dos nossos direitos, pelo emprego, contra a fome e a carestia é fundamental para conseguirmos articular com as mobilizações nacionais e o desafio de derrotar Bolsonaro e seu projeto.
Fora Bolsonaro!
Em defesa dos direitos da classe trabalhadora!
Fonte: Executiva Nacional da CUT