Projeto da FAU/UnB lança Guia da Arquitetura Vernacular Kalunga

O projeto de extensão Arquitetura Vernacular Kalunga, vinculado ao Grupo de Pesquisa e Extensão Periférica “Trabalhos Emergentes”, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU/UnB, lançou seu guia oficial voltado à preservação e difusão dos saberes tradicionais de construção. O material foi concebido com o objetivo de valorizar e dar protagonismo aos conhecimentos quilombolas ancestrais, especialmente no que tange o fortalecimento da cultura Kalunga na Chapada dos Veadeiros. A apresentação do documento ocorreu durante a 23ª Semana Universitária (Semuni) da Universidade de Brasília.

Segundo a coordenadora geral, professora Liza Andrade, o projeto de extensão possibilita expandir o conhecimento dos alunos e mostrar outras maneiras de trabalhar a construção, contribuindo para redução do déficit habitacional e a situação de precariedade das moradias brasileiras. “As faculdades de arquitetura não possuem essas aulas no currículo formal, mas queremos mostrar que o saber quilombola sobre construção deveria ser mais valorizado e explorado em escolas de arquitetura. Os materiais locais têm potencial para serem utilizados, até mesmo, em uma escala mais industrial”, explica.

Como atividade ligada ao lançamento do guia e ao projeto de extensão, também foi realizada a Oficina de Pintura com Terra. O curso, ministrado pelo líder da Associação Quilombola Kalunga, Carlos Pereira,  introduziu aos participantes a técnica vernacular de construção natural que utiliza a terra como matéria-prima com padrões construtivos mais sustentáveis, como a terra crua, a madeira, a pedra e a palha. A ação também faz parte do Programa de Extensão do Polo Kalunga da Universidade de Brasília.

A professora Liza também reforça a importância da extensão como uma forma de possibilitar que os estudantes recebam outros tipos de conhecimentos vernaculares, além dos ensinamentos modernos passados durante a formação. “A universidade cidadã é isso: a troca entre o saber técnico e o saber popular. Desta forma, todos saem ganhando. Nós, de certa forma, fortalecemos os vínculos com as comunidades, trabalhando em parceria nas pesquisas e práticas, e por outro lado, a comunidade quilombola nos ajuda a mostrar aos estudantes este formato de construção. Na faculdade reconhecida pela arquitetura moderna, trazemos esta cultura tradicional, do barro, em uma vivência engrandecedora.”

O trabalho artístico produzido pelos alunos está em exposição e, devido ao resultado positivo da oficina, que foi bem recebida, tanto pelos estudantes, quanto pela comunidade, a direção da faculdade decidiu batizar o ambiente onde o painel está exibido de “Sala Kalunga da FAU”.

Além de atender ao público interno da FAU/UnB, como docentes, discentes e técnicos administrativos, o projeto de extensão também está disponível para a comunidade Kalunga. Para saber mais sobre o projeto e fazer o download do Guia, clique aqui.

Organizadores do Guia da Arquitetura Vernacular Kalunga: Liza Andrade, Carlos Pereira, Caio Damasceno, Talita Xavier, Luana Figueiredo e Valmor Pazos.
Organizadores da atividade: Carlos Pereira, Luana Figueiredo, Angélica Azevedo, Luna Catrina, Mileny, Gabriel Martinez, Mileny do Santos, Valmor Pazos e Liza Andrade.

Foto: Divulgação FAU/UnB

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