Norte trabalha pela inclusão das pautas das pequenas cidades e da Amazônia

O processo de recomposição de uma política voltada para os direitos sociais precisa inclui a pauta da preservação da Amazônia e o debate sobre a realidade das pequenas cidades brasileiras. A necessidade de tratar do assunto e encaminhar essa agenda junto aos novos governos eleitos é uma das metas da ação dos sindicatos de arquitetos da região Norte do Brasil, reunidos nesta sexta-feira (25/11), no Encontro Regional de Sindicatos de Arquitetos – ERSA Norte, realizado em Brasília (DF).

Segundo a arquiteta e urbanista Juliana Arruda – participante do grupo de refundação do Sindicato dos Arquitetos do Pará – esse debate é importante não apenas para a região, como também para toda sociedade brasileira. “A Preservação da Amazônia é um assunto importante nesse contexto de recomposição política nacional que vivemos. Precisamos debater as questões ambientais pertinentes à arquitetura”, pontuou a profissional. Juliana ressalta ainda que tais temas ainda são tratados de modo insuficiente nos cursos Arquitetura e Urbanismo da própria região, e que somente por meio de sua atuação na Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (FeNEA) enxergou campo para debatê-los.

Representando o Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Estado do Amazonas (Sindarq-AM), Edmar Andrade falou sobre a realidade dos profissionais daquele estado e ressaltou algumas peculiaridades da distribuição dos profissionais na região. “A gente pensa muito as capitais, mas não é essa a realidade da maioria. A nossa realidade é a do colega que está na cabeceira, no interior e que não tem para quem reclamar”. Durante a mesa, tratou-se da questão territorial e da necessidade de um “Estatuto da Pequena Cidade”, que trate dos dilemas das áreas ribeirinhas e rurais.

A diretora da FNA e diretora do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Acre (Sindau/AC) Dânya Silva falou sobre a ação do sindicato do Acre, onde atualmente há 840 arquitetos e urbanistas formados. Ela frisou a relevância de apoio aos profissionais dos estados do Amapá, Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Pará e Tocantins. Segundo ela, a relação entre a floresta e as cidades na Amazônia é peculiar “há municípios em que a maior parte da população habita na floresta e poucos nas cidades”. A mesa ainda contou com os arquitetos e urbanistas Nonato Souza e Heloísa Silvio.

Coordenando o debate, o secretário de Organização e Formação Sindical da FNA, Danilo Matoso, citou os retornos que vêm sendo dados pela Federação em apoio aos sindicatos da região. Frisou a ação do Programa de Apoio aos Sindicatos criado pela FNA, que atendeu, ao longo da gestão 2020/2022, demandas contábeis, jurídicas e de comunicação dos sindicatos. O dirigente lamentou as restrições de mobilidade e encontro impostas pela pandemia nos últimos anos: “é muito difícil mobilizar as pessoas à distância. Precisamos encontrar os profissionais, ir nos locais de trabalho, mostrar que o sindicato é a expressão dos desejos da categoria e que a FNA é a expressão nacional sindicatos”. Matoso pontou, por outro lado, que “as novas ferramentas digitais de comunicação favorecem a atuação sindical em territórios extensos como a própria Amazônia, trazendo novas possibilidades de organização para os sindicatos da região”.

Durante a agenda da manhã desta sexta, o vice-presidente da FNA, Ormy Hütner Jr, fez um relato sobre a agenda de ERSAs ao longo de 2022. Os debates foram propostos para amplificar as discussões sobre o movimento sindical ao longo do ano e dar uma leitura focada no âmbito regional. “Esperamos que os ERSAs continuem na próxima gestão da FNA, e que os sindicatos possam intensificar sua atuação. A ideia é que os encontros regionais fomentem pequenos fóruns regionais de debate de pautas de interesse e que eles se mantenham como ações de articulação regional em prol da democracia, de cidades mais saudáveis e inclusivas”.

Rolar para cima