Minicasa autossustentável propõe alternativa para os problemas habitacionais

Com apenas 22 metros quadrados, uma casa autossustentável pode ser uma alternativa para a escassez de materiais de construção e o déficit habitacional no mundo. Desenvolvida pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e pelo Centro para Ecossistemas em Arquitetura da Universidade de Yale (New Haven, EUA), com a colaboração do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), a moradia busca fomentar a discussão sobre habitações de baixo custo que possam limitar o uso de recursos naturais e contribuir na batalha contra a mudança climática.

Chamada de Módulo de Habitação Ecológico, a casa foi apresentada em julho, durante o Fórum Político de Alto Nível da Organização das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em Nova York. Novos modelos agora serão levados a Quito, no Equador, e Nairóbi, no Quênia.

A unidade acomoda até quatro pessoas e oferece vários componentes flexíveis, adaptáveis para se viver e até trabalhar, segundo seus idealizadores. Tem uma cozinha compacta integrada a uma sala equipada com sofá embutido (que se transforma em duas camas) e um banheiro seco no primeiro pavimento e um loft-dormitório no segundo. Opera com energia solar e tem sistema de captação de água. As paredes externas apresentam infraestrutura para o cultivo de horta vertical.

O projeto, que também teve a colaboração do escritório de arquitetura Gray Organschi Architecture, de New Haven, levou em conta os invernos extremamente frios e o verão quente característicos da cidade de Nova York, agregando aspectos como ventilação cruzada passiva e uma janela alta de clerestório, que garante iluminação natural durante o dia. No loft-dormitório, uma parede “vegetal” ajuda a melhorar a qualidade do ar no ambiente.

Na construção, foram usados materiais renováveis, fornecidos por empresas locais. De acordo com a Universidade de Yale, a fabricação dos materiais levou quatro semanas e e a instalação foi concluída em apenas dois dias. “A arquitetura deve responder aos desafios globais de habitação integrando os avanços científicos e técnicos fundamentalmente necessários em sistemas de energia, água e materiais e, ao mesmo tempo, permanecendo sensível às aspirações culturais e estéticas de diferentes regiões”, disse a diretora da Escola de Arquitetura de Yale, Deborah Berke, ao site Yale News.

Para o diretor executivo da ONU Habitat, a habitação adequada “está no coração da urbanização sustentável. “O uso de materiais de construção apropriados, o melhor planejamento e técnicas de construção melhores podem tornar o uso de energia mais eficiente. Se adotada com sabedoria, essa prática pode criar empregos e prosperidade com menos emissões de gases do efeito estufa”, afirmou.

Fontes: UN News e Yale News

Fotos

Destaque: Matt Wells/UN News

Acima: Reproduções (http://grayorganschi.com)

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