A Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) e seus sindicatos filiados expressam extrema preocupação com a situação de calamidade que o município de Maceió enfrenta, principalmente nos bairros do entorno da mina da Braskem.
Recentemente, temos acompanhado diversas situações de crise devido às mudanças climáticas, porém, a ação humana, realizada de forma desenfreada e focada exclusivamente no crescimento financeiro, vem afetando de forma muito negativa as cidades e a população brasileira.
Atualmente, os bairros Bebedouro, Pinheiro, Mutange e outros do entorno já afundaram 1,80 metros. Notícias informam que as comunidades foram esvaziadas e os moradores que se mantêm no local já não possuem acesso a escolas, farmácias, mercados e nem postos de saúde, situação que mostra o descaso com a população, além de reduzir drasticamente o acesso à direitos básicos como saúde, moradia, segurança e transporte.
Habitações dignas são direitos previstos por lei. Atualizações recentes mostram novos tremores na região e risco iminente de colapso na mina 18 da Braskem. A FNA, entendendo o papel social dos arquitetos e urbanistas, afirma que todos os profissionais são fundamentais no estado de Alagoas, atuando em favor das famílias atingidas, buscando que seus direitos à moradia e à cidade sejam garantidos e mobilizando-se para auxiliar e dar suporte às pessoas desalojadas de suas residências. É nosso papel dar voz ao que está acontecendo para que tanto o poder público quanto a Braskem resolvam e assumam sua responsabilidade em favor destas famílias afetadas.
Também apoiamos que a população atente-se e cumpra todos os protocolos de segurança que forem estabelecidos pelas autoridades, garantindo o bem mais precioso: a vida. Por fim, esperamos que o poder público local atue para resolução de um desastre ambiental que já atinge cerca de 20% do território da cidade.
Foto: Jonathan Lins