No segundo semestre de 2019, o Governo Federal precipitou a exoneração de diversos gestores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em diferentes e importantes cargos, culminando no desligamento da presidente do Iphan, Kátia Bogea, em dezembro daquele ano. O que seria uma substituição natural decorrente da troca de governos, porém, aos poucos se configurava como parte de uma iniciativa de desmonte das políticas de preservação de nosso Patrimônio Cultural Nacional. Diversos desses gestores eram substituídos por agentes públicos sem qualquer formação ou experiência na área.
Em pronunciamento público na última semana, o presidente da República assumiu explicitamente que desconhecia o Iphan, e que ordenou seu desmonte motivado por interesses particulares de um de seus apoiadores. “Há pouco tempo tomei conhecimento de uma obra de uma pessoa conhecida, o Luciano Hang, que estava fazendo mais uma obra e apareceu um ‘pedaço de azulejo’ durante as escavações. Chegou o Iphan e interditou a obra. Liguei pro ministro da pasta (responsável pelo Iphan), e perguntei ‘que trem é esse?’ Porque eu não sou tão inteligente como meus ministros. ‘O que é Iphan, com PH?’ Explicaram para mim, tomei conhecimento, ‘ripei’ todo mundo do Iphan. Botei outro cara lá, o Iphan não dá mais dor de cabeça pra gente”, afirmou.
O Fórum de Entidades em Defesa do Patrimônio Cultural Brasileiro, em parceria com diferentes entidades, entre elas a Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), publicou três documentos sobre as exonerações e nomeações espúrias, mobilizando a população e as autoridades competentes a tomar as medidas cabíveis contra tal arbítrio que vem causando perdas permanentes a nossa cultura.
Confira abaixo:
Fonte: Fórum de Entidades em Defesa do Patrimônio Cultural Brasileiro