Milhares de estudantes, professores, pesquisadores, pais e sindicalistas se mobilizaram nesta semana e tomaram as ruas das 27 capitais brasileiras. Unidos pela educação, numa só voz, todos mostraram indignação, contrariedade e revolta contra o corte de 30% nos repasses do governo às universidades federais, recentemente anunciado pelo governo Bolsonaro. Convocados por entidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), os atos também criticam a possibilidade de extinção da vinculação constitucional que assegura recursos para o setor e a proposta de reforma da Previdência.
Os atos contaram com apoio da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) que, por meio de seus representantes, esteve presente nos protestos de Brasília e dos estados do Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul. De acordo com o presidente da entidade, Cicero Alvarez, a FNA sempre lutou por uma educação de qualidade não só para arquitetos e urbanistas, mas para todos. “O atual momento é muito perigoso, dados os verdadeiros objetivos dos cortes que o atual governo está fazendo e sua relação para obter maioria no Congresso na busca de aprovação da reforma da previdência. Essa reforma irá prejudicar os mais fracos e a classe média, sem trazer qualquer benefício para o Brasil, apenas para os donos dos bancos que lucrarão com a capitalização”, declara.
Conforme o segundo vice-presidente da FNA, Edinardo Lucas, que é professor da Universidade Federal de Goiás, o 15M, como foi chamada a paralisação da educação, foi uma aula pública, na rua, de defesa da educação pública gratuita e de qualidade, sem deixar de abordar temas como a reforma da previdência e o desmonte de políticas sociais. “Espero que tenha sido um momento de aprendizagem para que nós, trabalhadores, preparemos uma greve geral unificada, para conseguir frear os desmontes em andamento”, conclama.
Foto: Mateus Vicentin