A Câmara dos Deputados decidiu acelerar a tramitação da Reforma Trabalhista (PL 6787/16) De acordo com a CUT, trata-se de mais uma manobra disfarçada de processo legislativo democrático. Em reação ao anúncio, na sexta-feira (7/4), em comunicado enviado aos dirigentes de suas estaduais, federações e confederações a direção da Central, a CUT convocou os líderes sindicais de todo o Brasil a intensificarem o calendário de preparação da Greve Geral de 28 de abril, com a realização no dia 18 de abril de um novo dia de protestos e mobilizações, principalmente para pressionar os deputados da Comissão Especial da Reforma Trabalhista.
Na quarta-feira (5/4), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou as mudanças. O deputado tucano Rogério Marinho (PSDB-RN), relator do projeto, declarou que apresentará seu parecer à Comissão Especial na próxima quarta-feira (12/4). Quando a comissão foi instalada, a previsão para entrega do relatório era 4 de maio.
Um dos pontos criticados da Reforma Trabalhista é que o projeto está tramitando em caráter conclusivo e, se for aprovado na Comissão Especial, pode seguir diretamente para o Senado, sem passar pelo plenário da Câmara. “A Reforma Trabalhista de Temer oficializa o bico. O que significa que você só trabalha quando o patrão chama, só ganha pelo que produz, pode ser temporário por 120 dias ou mais, tem de negociar férias, 13º salário”, alertou Vagner Freitas, presidente da CUT, em recente entrevista.
Veja a seguir o calendário de construção da Greve Geral, conforme o comunicado da CUT Nacional, assinado pelo secretário-geral, Sergio Nobre, e pela secretária-geral adjunta, Maria Aparecida Faria:
Dia 18 de abril – Realizar atos e ações em seus estados contra a votação da Reforma Trabalhista na Câmara (que depois ainda terá que passar pelo Senado), prevista para o dia 19 de abril;
Até o dia 19 de abril – Continuar a busca aos deputados em suas bases eleitorais, nos aeroportos, em suas cidades e aonde quer que eles possam ser encontrados.
Dia 19 de abril – Votação da Reforma Trabalhista em Brasília. É importante que Estados e Ramos possam enviar apoiadores para se juntar às mobilizações que a CUT-DF fará no entorno da Capital Federal.
Dia 28 de abril – Greve Geral – Estados e Ramos deverão organizar suas bases para a Greve Geral. As cidades paradas e vazias denunciarão, repudiarão e condenarão o desmonte da Previdência e da legislação trabalhista.