À primeira vista pode parecer que o livro lançado por Clara Ant, “Quatro décadas com Lula”, é sobre sua trajetória ao lado do presidente, mas a escritora garante que não é o caso. “Não é eu e o Lula, é todo mundo junto. É uma geração inteira que fez o favor para esse país de construir uma central sindical”. O quintal do Sindicato dos Arquitetos do Rio Grande do Sul (Saergs), em Porto Alegre (RS), foi palco de uma noite de homenagens nesta sexta-feira (26/05) com o lançamento da obra. Sobretudo, também uma noite de história, presente e passado do movimento sindical. Além de Clara, houve uma homenagem especial para o advogado Filipe Diffini Santa Maria, que recebeu do Saergs o Prêmio Arquiteto e Urbanista por seu compromisso para com a categoria, durante quase duas décadas de trabalho em conjunto com o sindicato.
Clara conta que teve uma vida repleta de marcas que a incentivaram a escrever seu livro. A arquiteta boliviana, mas “de coração brasileiro”, é filha de imigrantes judeus poloneses que sobreviveram ao holocausto. “Essas marcas hoje não me permitem aceitar a falta de democracia”, ressalta. Somado a isto, foi preponderante na decisão também a perseguição ao presidente Lula durante os anos de Operação Lava-Jato, o que a faz dizer que “o livro nasceu da sua inconformação”.
Prestigiaram o evento também o ex-governador Olívio Dutra, o ex-presidente da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) Newton Burmeister, a deputada federal Maria do Rosário (PT), a assessoria do senador Paulo Paim (PT) e a co-presidente do IAB, Bruna Bergamaschi Tavares. Em sua fala, Olívio relembrou das lutas sindicais passadas e olhou com otimismo para as futuras, com um discurso sobre a juventude, além de elogiar a categoria dos arquitetos por sempre terem estado presentes nas lutas trabalhistas. A presidente da FNA, Andréa dos Santos, discursou reforçando o compromisso da categoria para com a valorização profissional e reafirmou que a grande bandeira da entidade é “lutar por democracia e arquitetura para todos”. Sobre Clara Ant, Andréa não poupa palavras. “Ela nos inspira, não só como arquiteta, mas pelo verdadeiro ‘poder de andar juntas’, enquanto sindicalistas e mulheres que lutam por um país mais justo”.