Artistas do cenário cultural brasileiro se unem em defesa do Iphan

Dezenas de artistas do cenário cultural brasileiro aproveitaram o domingo (24) para se engajar em torno de uma única causa: a proteção ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). De forma voluntária, músicos, intérpretes, compositores, atores e atrizes mostraram, por meio de suas artes, a importância de sair em defesa do patrimônio histórico e cultural brasileiro, que no atual governo vem sendo desmontado com a nomeação de superintendentes e, mais recentemente, de presidente, sem qualificação para os cargos.

Iniciativa do Fórum de Entidades em Defesa do Patrimônio Cultural Brasileiro e promovida pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), a live Salve Cultura, Unidos pelo Patrimônio, teve mais de cinco horas de duração, com a participação de artistas que representam a cultura de Norte a Sul do Brasil. A Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), como entidade integrante do Fórum de Entidades em Defesa do Patrimônio Cultural Brasileiro, transmitiu ao vivo a live cultural em sua página no Facebook.

Zeca Baleiro, Samuel Rosa, Falcão, Ana de Hollanda, Chico Amaral, Esdras Nogueira, Múcio Bolivar do Trem Caipira, Cesar Nascimento, entre tantos outros,  são apenas alguns dos nomes expressivos da cultura brasileira que se uniram para manifestar repúdio ao ataque do governo contra o Iphan, utilizando a música em seus diversos ritmos e variadas manifestações culturais como meio de protesto.  “O Iphan não é do governo. E qualquer governante tem que entender que esse é um legado do povo brasileiro, que faz parte da nossa vida e história”, pontuou Múcio do Trem Caipira, antes de sua apresentação. Da mesma forma, Samuel Rosa lembrou que o maior patrimônio de um povo é sua história e sua identidade cultural. “O Iphan foi criado para promover e cuidar de nossas riquezas”, disse.  Nilcemar Nogueira, gestora cultural brasileira e mestre em Bens Culturais e Projetos Sociais pela Fundação Getulio Vargas (FGV), lembrou da importância do Iphan para a cultura popular brasileira. “Especialmente no recorte sobre o samba, patrimônio imaterial, é capaz de formar sujeitos mais críticos em seu meio”, reforçou, ressaltando a contribuição do instituto para o desenvolvimento humano e social.  “O patrimônio cultural brasileiro é rico, belo e diverso, precisa ser resguardado e nunca negligenciado”, reforçou Zeca Baleiro.

Ana de Hollanda, ex-ministra da Cultura do governo Dilma, se emocionou ao relatar o laço de sua família com o Iphan , algo que mexe com a história de sua própria família. Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda, recordou alguns episódios da amizade entre seu pai e o fundador do Iphan, Rodrigo Melo Franco de Andrade. “Patrimônio tem a ver com história, com arquitetura, com arqueologia. Na parte imaterial, tem relação direta com a formação do povo brasileiro, através da cultura de várias regiões brasileiras formada amplamente pela contribuição de povos indígenas, africanos e europeus”, pontuou, exaltando a miscelânea de gêneros que formam a expressão cultural brasileira.

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