Implantar políticas públicas que pensem mais nas questões referentes à Arquitetura e Urbanismo pode ser um caminho para reduzir gastos com saúde pública. A posição foi defendida pela arquiteta e urbanista e ex-presidente da FNA, Valeska Peres Pinto, durante seminário O Futuro da profissão de Arquiteto e Urbanista, em Porto Alegre (RS). Segundo ela, com “Mais Arquitetos” seria uma forma de reduzir a demanda por “Mais Médicos” uma vez que haveria melhores soluções para problemas de saneamento. “O Zika é um problema nosso, é uma questão de arquitetura”, salientou, lembrando que a discussão do papel do arquiteto passa pela respostas de perguntas como: “Que profissionais estão sendo formados?”, “Que arquiteto a sociedade precisa?” e “Quem é o arquiteto que os arquitetos desejam ser?”. “Existem longas distâncias entre os três e, quanto maior essa distancia, mais dificuldade teremos de garantir a nossa presença na sociedade”, acrescentou Valeska. A arquiteta destacou a importância de dar atenção aos próprios estereótipos que a categoria de impõe. “A arquitetura tem raiz, tem pedrigree”, argumentou citando frase da homenageada do 40º ENSA, Maria Elisa Meira.
Mediador da mesa, o ex-presidente da FNA, Eduardo Bimbi, lembrou que, apesar da profissão estar devidamente regulamentada, faltam estratégias para assegurar o espaço profissional adequado à Arquitetura e Urbanismo. Segundo ele, esse trabalho cabe às entidades. “Se as entidades não fizerem isso, continuaremos debatendo a regulamentação da profissão”. O encontro também contou com o presidente do IAB-RS, Tiago Silva . Ao falar sobre as dificuldades da profissão, Silva citou a dificuldade de cobrar adequadamente pelos projetos, o que acaba levando muito profissionais a adotarem posições questionáveis como a questão da reserva técnica. Ele ainda defendeu a adoção do Salário Mínimo Profissional e da remuneração adequada de professores nas instituições de ensino, principalmente nas privadas que pagam apenas pelas horas aula. E mencionou que o perfil dos professores está cada vez mais focado na titulação acadêmica sem que tenham efetivamente trabalharam no exercido de fato a profissão.