Arquitetos relembram os dez anos de instalação da Themis no Palácio da Justiça

Símbolo de uma restauração que representou a completude de um projeto na época cinquentenário, a colocação da deusa Themis na fachada sul do Palácio da Justiça, em Porto Alegre (RS), completa dez anos nesta sexta-feira, 11 de dezembro de 2015. A escultura de bronze, que pesa três toneladas e mede nove metros, é de autoria do arquiteto e urbanista Caros Maximiliano Fayet, autor do projeto de construção do Palácio, de 1952, juntamente com Luís Fernando Corona, falecido em 1977.

 

Uma das mais importantes obras da arquitetura moderna realizadas no Estado, o Palácio da Justiça foi construído de 1953 a 1968. Entretanto, devido à escassez de recursos, o projeto original não foi executado por completo. Foi quando em 2002 um grupo formado por  14 arquitetos convidados por Fayet teve a oportunidade de participar do projeto de restauro da obra.

 

“Foi um restauro inédito, pois resgatamos o projeto original tal como ele era”, recorda a arquiteta e urbanista Lídia Fabrício, co-autora do projeto de restauro. O revestimento de granito, a instalação do brise-soleil na fachada Oeste e o projeto de artes integrado à arquitetura moderna, permeada por esculturas, caracterizam este processo. “Voltamos ao papel e trouxemos para o restauro aquilo que faltava fazer”, disse.

 

Também merecem destaque os murais de concreto nas fachadas Leste e Oeste. Uma das peculiaridades da obra é que, até onde se tem conhecimento, Fayet foi o único arquiteto e urbanista a fazer a restauração de um projeto de sua autoria. “Conseguimos resgatar um projeto que sofreu alterações. A Themis coroou a restauração”, avalia o arquiteto e urbanista Rodrigo Rosinha, que participou da equipe.

 

Inaugurado em 1968, o edifício do Palácio da Justiça começou a ser ocupado em 1961. A seleção dos autores ocorreu por meio de Concurso Público Nacional de Anteprojetos, realizado pelo Estado em 1952. Quase cinco décadas após, o coautor remanescente, Carlos Maximiliano Fayet, foi contratado pelo Tribunal de Justiça para readequar o prédio às necessidades atuais da Justiça.

 

Rolar para cima