Pensar as cidades a fim de promover igualdade a todas as classes se faz necessário no alcance da justiça social na sociedade. Desta maneira, o papel dos profissionais de arquitetura e urbanismo se destaca indo além dos projetos, sendo também uma luta por moradia digna e convívio em espaços urbanos.
As populações vulneráveis, mais atingidas pelo aumento das desigualdades sociais, têm sofrido com a crescente falta de acesso à habitação de qualidade em um desenho urbanístico que as desfavorece, seja na concretização de obras defensivas e com desenho desconfortável que impossibilitam abrigo a pessoas em situação de rua.
O arquiteto, portanto, se torna agente social ao direcionar sua atuação para desenvolver soluções que atendam as demandas e necessidades socioeconômicas dessas populações. Ao facilitar vidas no auxílio a recursos básicos, o profissional utiliza do planejamento urbano para contemplar todas as classes sociais e criar um ambiente seguro e confortável de vivência para todos e todas. Um dos focos são as cidades inclusivas.
As cidades inclusivas são lugares para todos e todas, onde, independentemente dos seus meios econômicos, de gênero, raça, etnia, idade ou religião, as pessoas são parte e vivem tudo o que as cidades podem oferecer, vivenciando as oportunidades sociopolíticas, econômicas e urbanísticas que as cidades têm para oferecer.
“A participação da comunidade é fundamental para identificar as necessidades específicas da cidade”, afirma a presidente da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), Andréa dos Santos.
Andréa adiciona que “o uso de rampas, piso tátil e transporte público acessível, por exemplo, são medidas que reduzem a exclusão social e impulsionam o pleno exercício dos direitos humanos”.
Outros exemplos da justiça social aplicada à arquitetura e ao urbanismo são áreas de convívio cultural, maior investimento em políticas públicas de moradia digna, soluções baseadas na natureza e revitalização de áreas verdes.
Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná