SP reconhece importância histórica de patrimônios culturais

O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) reconheceu a importância histórica de sete pontos de São Paulo (SP). Eles ganharão um selo oficial denominado “Valor Cultural” no próximo dia 23 de agosto (23/08). O selo tem o objetivo de classificar lugares na cidade onde tradicionalmente são desenvolvidas atividades ligadas ao comércio, gastronomia e cultura. Imóveis de relevância arquitetônica, mas que não justifiquem o tombamento, também podem receber o selo.

 

De acordo com a diretora do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) e presidente do Conpresp, Nadia Somekh, a iniciativa atende pedidos da população em reconhecer locais que representam a identidade social e cultural da cidade. “São locais antigos e que não necessariamente precisam ser tombados. A gente não precisa tombar tudo, mas reconhecer o que a população acredita que é parte de seu patrimônio histórico”, explica.

 

Diferente do tombamento, o selo não impede reformas ou demolições, mas sinaliza valor e serve como ferramenta para a mobilização social em torno da preservação do bem. “É uma forma de oficializar o compromisso da comunidade em proteger o imóvel”, observa Nadia.

 

O selo será implantado em cinco locais de atividades comerciais do Século XIX e dois edifícios que a população reivindicou o reconhecimento de valor cultural. Entre os locais que devem receber o selo está a padaria Santa Tereza, que funciona desde 1872 na Praça João Mendes; as panificadoras Italianinha e 14 de Julho, fundadas por imigrantes italianos; o restaurante Carlino, criado em 1881 e considerado o mais antigo da cidade ainda em atividade; a loja de ferragens Casa da Bóia, fundada em 1898, especializada em produtos para hidráulica, elétrica, ferramentas em geral e que abriga um museu sobre o comércio e a época industrial de São Paulo; os edifícios Parque das Acácias, chamado de Apracs, e Parque das Hortênsias, ambos da década de 1950, que foram assinados por João Artacho Jurado.

 

A ferramenta vai ser disponibilizada para que cada proprietário, por sua responsabilidade, faça a instalação na fachada do seu espaço. O selo tem validade de até cinco anos, podendo ser renovado pelo Conpresp e pelo DPH. A iniciativa foi espelhada em outros projetos semelhantes encontrados em cidades como Buenos Aires, na Argentina, onde bares, cafés e pizzarias tradicionais foram reconhecidos e preservados por sua importância cultural e histórica para a cidade.

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