Primeiro dia de Seminário de Acordos Coletivos abordou custeio e organização sindical

O Seminário de Construção de Acordos Coletivos da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) começou nesta terça-feira (28/01) debatendo sobre os desafios das campanhas salariais. O primeiro dia apresentou e aprofundou relatório de estrutura de custeio sindical e processo de negociações coletivas para o ano de 2025. O evento vai até o dia 29 de janeiro e pode ser acompanhado no YouTube da FNA.

Participaram do seminário o secretário de Organização e Formação Sindical, Paolo Pellegrino, o secretário de Relações de Trabalho, Mobilização e Inserção Profissional, Matheus Guerra Cotta, a representante regional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), economista Mariel Angeli Lopes, e a presidente da Federação, Andréa dos Santos.

No primeiro dia de evento, Pellegrino ressaltou a importância de momentos como esse para os sindicatos: “O tema que estamos abordando talvez faça com que os sindicatos respirem financeiramente. Enquanto presidente do sindicato da Bahia, sofremos um baque muito grande. Estamos precisando nos reinventar enquanto sindicatos […] que estão muito vilipendiados aqui no Brasil.”

O seminário foi proposto após o 48° Encontro Nacional de Sindicatos de Arquitetura e Urbanismo (ENSA). 

O debate da colaboração ou contribuição sindical no âmbito das negociações teve sua obrigatoriedade ou vinculação discutido ao longo do seminário, buscando promover maneiras de organização em parceria com outros movimentos sindicais que acompanham as negociações a fim de repor as estruturas destas entidades. 

“É muito acertado trazer a discussão da sustentabilidade dos sindicatos, no contexto da negociação. Em todos os desafios que a gente enfrenta da reestruturação pela forma como fizeram uma reforma trabalhista e sindical no país, sem nenhum preparo e negociação pertinente que se pudesse fazer, e ao mesmo tempo, um contexto de automação, de uma série de modificações das formas de trabalho e de sindicalização digital”, aponta o secretário Cotta.

A campanha salarial, formação das mesas de negociação e taxa negocial com data-base de 2025 foi apresentada por Mariel, que destacou: “A programação de hoje serve para discutir e refletir com a categoria quais estratégias podem ser utilizadas para lidar com as questões que surgem a partir da mobilização sindical da FNA”.

Os eixos apresentados no documento foram o financiamento sindical, os resultados das negociações coletivas e conceitos a serem trabalhados quanto às negociações, dada a reforma trabalhista de 2017 enquanto evento catalisador de mudança. Foram abordadas as estruturas de custeio sindical e as perdas de novos direitos provocadas por governos anteriores, dificultando mobilizações. 

A questão mais relevante para a economista é a transformação do conflito em consenso, que perpassa a ação sindical das entidades. As tensões entre trabalhadores de diferentes setores e entre empregados e empregadores que se seguem e motivam as reivindicações de ambos os lados dentro do processo de negociação para a criação de novas normas, regras e vantagens. O documento pode ser lido na íntegra clicando aqui.

Andréa agradeceu aos presentes, representantes de movimentos sociais e entidades sindicais que acompanharam o primeiro dia de seminário e acompanham a luta da Federação. 

“Para nós da FNA e pela organização deste seminário é mais um passo que entendemos como fortalecimento dos nossas entidades e poder, em alguma medida, contribuir para que possamos cada vez mais construir elementos na defesa da classe trabalhadora, de todos arquitetos e arquitetas que atuam hoje no mercado de trabalho ainda muito precarizado”, afirma a presidente. 

“De fato, a categoria precisa avançar muito no sentido de se reconhecer como trabalhador e nós temos esse papel enquanto entidade sindical. Mostrar as formas e poder capacitar nossos colegas a atuarem nesses espaços de construção de luta e negociações coletivas tão necessárias hoje no mundo do trabalho e ao mesmo tempo, mostrar que cada um dos estados têm um papel fundamental neste processo”, conclui Andréa.

Imagens: Captura de tela/Reprodução FNA

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