FNA e CAU/SP firmam acordo para expansão do projeto Solare

Projeto inédito capitaneado pela  Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), o Solare — Softwares Livres para Arquitetura e Engenharia, entra em sua segunda fase em março de 2025. Por meio de Acordo de Cooperação Técnica firmado nesta quinta-feira  (27/02) com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU/SP), a iniciativa segue na busca por difundir o uso de softwares de código aberto na sociedade brasileira. Tendo como base os programas utilizados por profissionais de arquitetura e urbanismo e construção, o Solare é um grupo de inteligência para potencializar o uso das ferramentas já existentes e promover sua expansão. 

Com vigência até fevereiro de 2028, o acordo prevê campanhas e cursos para ampliar a utilização das ferramentas de trabalho entre os profissionais. “O Solare é um projeto inovador nascido dentro da FNA que já recebeu adesão de diferentes grupos de profissionais e entidades parceiras. O CAU/SP une-se em um momento estratégico e, com certeza, será essencial para sua ampliação nessa segunda fase, potencializando o trabalho do arquiteto e urbanista. Estes programas oferecem diversas possibilidades para o desenvolvimento do trabalho, numa realidade mais ampla e livre, que é o que se propõe com software aberto”, destaca a presidente da FNA, Andréa dos Santos. 

A relevância do projeto, iniciado em 2020, chamou atenção do CAU/SP que, através da presidente Camila Moreno de Camargo, busca levar a utilização de software livre para os arquitetos e urbanistas paulistas, estado com maior número de profissionais em atividade no país.  

Danilo Matoso, coordenador do Solare pela FNA, indica que o acordo garante a divulgação sobre os recursos dos softwares livres e deve atrair mais usuários, também amparado no fato de que o custo de algumas ferramentas as torna inacessíveis, principalmente entre os mais jovens. Questionado sobre a qualidade dos softwares, Matoso não tem dúvida: “A maioria é muito melhor, mais fácil de usar, mais robusta e mais universal do que os proprietários”. O arquiteto faz questão de reforçar que em sua prática profissional privada usa exclusivamente sistemas livres há mais de dois anos. “Desde o Linux, passando pelo LibreOffice, Inkscape para vetores, Gimp para imagens e Scribus para diagramação até QCAD para desenhos técnicos”, descreve, ao ressaltar que o uso de softwares livres é também uma questão política. “O fundamento é o código aberto, permitindo que entidades e conselhos voltem a ser o local de discussão democrática do nosso método de trabalho e a maneira como guardamos nossa memória em arquivos digitais”, afirma.

“Vamos definir metas e trabalhos com foco na formação, na capacitação e na difusão de softwares livres, além do desenvolvimento de novos aplicativos para otimizar o trabalho”, projeta o vice-presidente da FNA, Maurilio Chiaretti, ao ressaltar a função social destas ferramentas no reconhecimento da categoria e dos conselhos de arquitetura e no fortalecimento do papel dos sindicatos, incentivando uma maior participação dos profissionais. “Essa estruturação é fundamental para ampliar direitos, garantir melhores condições de trabalho e levar a profissão a um patamar mais sólido, especialmente em apoio às classes sociais que mais necessitam”, completa. 

O presidente do Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo (SASP), Marco Antônio Teixeira, acredita que a iniciativa une as entidades em busca de soluções para o dia a dia dos profissionais. “O Solare, assim como outros projetos da FNA que têm apoio do SASP, vem para tornar a vida dos arquitetos brasileiros mais simples e o acesso às ferramentas de trabalho mais barato. Estamos falando da democratização dos meios de produção”, assinala. 

Conheça o Solare: https://solare.org.br/ 

Foto: Marco Teixeira

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