Fica em cartaz até o dia 19 de maio, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo (SP), a exposição Oscar Niemayer – Territórios da Criação. Organizada pela ocasião dos 110 anos do seu nascimento, a mostra reúne um conjunto inédito de desenhos, pinturas, esculturas e peças de mobiliário do arquiteto.
Com curadoria de Marcus Lontra e Max Perlingeiro, o acervo revela as várias faces do arquiteto e artista, que também se aventurou na música, no design gráfico, na pintura e nos mobiliários que fez em colaboração com a filha Anna Maria (1930-2012). Suas raras pinturas – “Ruínas de Brasília” (1964), uma delas nunca exposta – são exibidas com 25 desenhos inéditos que retratam, com seu inconfundível traço, a Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha, em Belo Horizonte, a Oca e o Parque Ibirapuera, em São Paulo, o Palácio do Planalto, a Catedral de Brasília, o Palácio da Alvorada, o Caminho Niemeyer, em Niterói, e a Bolsa de trabalho, em Bobigny, França, entre outros.
A exposição ainda dedica um espaço a retratos de Niemayer assinados por grandes fotógrafos, como Antonio Guerreiro, Bob Wolfenson, Edu Simões, Evandro Teixeira, Juan Esteves, Luiz Garrido, Marcio Scavone, Nana Moraes, Nani Góis, Orlando Brito, Ricardo Fasanello, Rogerio Reis, Vilma Slomp, Walter Carvalho e Walter Firmo. E traz obras de artistas que trabalharam com ele em emblemáticos projetos, como Alfredo Ceschiatti (1918-1989), Alfredo Volpi (1896-1988), Athos Bulcão (1918-2008), Bruno Giorgi (1905-1993), Candido Portinari (1903-1962), Franz Weissmann (1911-2005), Joaquim Tenreiro (1906-1992), Maria Martins (1894-1973), Roberto Burle Marx (1909-1994) e Tomie Ohtake (1913-2015).
Documentos e publicações mostram Niemeyer como designer gráfico, como na criação da revista “Módulo”, na década de 1950, dedicada à arte e à arquitetura, publicada até 1964, e retomada por ele em 1975, quando retornou ao Brasil. “Foi a publicação de maior prestígio no meio artístico e da arquitetura. Os mais renomados artistas e fotógrafos da época colaboraram nas suas páginas”, destaca Perlingeiro.
Na música, a exposição mostra que o arquiteto se aventurou em 1962, escrevendo a letra Samba do Arquiteto, que, em tom um quê desiludido, fala sobre o seu ofício (https://www.youtube.com/watch?v=caUXrYUOgxQ). E que, 40 anos depois, em 2001, fez Tranquilo Com A Vida (2010), que traz um personagem sem pompa, esperançoso por uma vida melhor e mais calma (https://www.youtube.com/watch?v=e3yDpSPnjv0).
Mais informações podem ser obtidas no site www.institutotomieohtake.org.br