O Canteiro Móvel é um projeto desenvolvido pelo Sem Muros Arquitetura Integrada, laboratório colaborativo de arquitetura de baixo impacto ambiental, que funciona como um dispositivo pedagógico visando a democratização da arquitetura, unindo profissionais, estudantes e comunidade para promover a troca de saberes. A ideia da iniciativa era criar uma escola itinerante de arquitetura pautada na realidade e no vínculo entre a teoria e a prática.
O projeto começou a sair do papel após ser classificado em um edital da Benfeitoria com o Todo Cuidado Conta. Em uma campanha de financiamento coletivo, cada real arrecadado era dobrado. A primeira obra mutirão realizada foi o Circo-lô. Localizado em Botucatu, interior de São Paulo, o espaço, que fica no terreno de uma Associação de Assistência à Infância e Juventude, denominada IDE, foi criado para ampliar o número de atividades oferecidas e a quantidade de usuários, abrindo o local para uso da comunidade e atuando como um centro de fortalecimento territorial comunitário.
Por meio de uma escuta atenta às necessidades dos moradores e pessoas que utilizam o espaço – crianças, adolescentes, familiares, professores e gestores -, foi possível compreender as demandas, sendo uma delas a possibilidade de criação de um espaço que servisse como abrigo do sol para as crianças que brincavam no pátio da associação.
O projeto foi iniciado pelos arquitetos e arquitetas do Sem Muros de forma colaborativa a partir de leituras da paisagem e oficinas presenciais com as crianças, educadores(as) e familiares. Também foi construída uma maquete física de estudo para análise dos objetivos da comunidade. Um dos elementos trazidos nas rodas de conversa foi a importância da vegetação. Assim, surgiu a ideia de uma edificação em formato circular e corpo estrutural em alusão ao tronco de uma árvore, com um espaço no segundo andar que remetia a sensação de estar em uma “casa na árvore”.
Botucatu foi o local onde o Canteiro Móvel fez sua primeira parada, iniciando o sonho de levar o ensino de arquitetura de forma simples e lúdica para todos, unindo a população ao fazer arquitetônico, criando o sentimento de pertencimento, democratizando a arquitetura e fomentando a apropriação dos espaços.
Fonte: Sem Muros Arquitetura Integrada / Portal ArqPop