Bambu: versátil, ecológico e vintage

O bambu sempre foi um material abundante construções praianas, quiosques, restaurantes e ambientes informais. E esta é a ideia que grande parte da população ainda tem. Mas as varinhas – tão abundantes no Brasil – vêm se tornando as queridinhas dos arquitetos e urbanistas. Com um custo menor do que o da madeira, o bambu tem chamado atenção pela sua alta versatilidade, resistência e leveza. Tem ganhado a preferência dos profissionais em projetos de paisagismo, de residências, condomínios, escritórios e na construção civil.

Sinônimo de estilo, o bambu aceita bem vernizes, tintas e adereços. Combina com quase todos os ambientes da casa. Fica bem na sala, no quarto ou no banheiro. É prático e fácil de limpar. Com poucos cuidados, não deforma, não incha e não perde a durabilidade. Charmoso e vintage, é boa escolha também para pilares, painéis, fachadas e forro de teto. E, além de tudo, é sustentável e não dá cupim.

Material pode ser usado em ambientes internos e para construção civil / Foto: André Chaluppe

Para o arquiteto e urbanista André Chaluppe, o bambu transmite uma sensação de conforto não identificada pelas pessoas. “Por ser natural, o material traz uma sensação de bem-estar e afinidade. O fato de as toras serem irregulares, tanto no comprimento quando em relação aos nós, passa uma riqueza na percepção”, explica. Apaixonado pelo que faz, vive na praia de Garopaba, em Santa Catarina, lugar que escolheu para morar e trabalhar com a arte que, desde a época de faculdade, lhe chamava a atenção.

Toras irregulares tornam ambientes aprazíveis / Foto: André Chaluppe

 

Ambientes transmitem sensação de conforto / Foto: André Challupe

Na Guadua Bambu, Chaluppe confecciona painéis e estruturas de rápida montagem para locação ou venda, e usa o bambu como estrutura na construção de residências. “Se eu tenho uma carga de tração de 3 toneladas, vamos precisar de 7t de aço para resistir a isso. De bambu, vamos precisar 1t, mas o volume do material será maior porque o aço é mais denso. Então, onde tem mais espaço, a gente opta pelo bambu, como em casas. Onde tem menos, pelo aço, como nos prédios”, exemplifica.

Bambu é considerado mais resistente que o aço enquanto estrutura / Foto: André Chaluppe

 

Casa construída pelo arquiteto e urbanista André Chaluppe, em Jundiaí (SP) / Foto: André Chaluppe

 

Projeto de quiosque pré-moldado de André Chaluppe

 

Atenção, arquitetos e urbanistas!

Defensor da ampla divulgação do uso de bambu por arquitetos e urbanistas, André Chaluppe reforça a necessidade de alguns cuidados básicos para que o resultado seja o desejado:
• É recomendável o uso de materiais de proteção, como verniz;
• É importante lembrar que ele precisa estar protegido do tempo (sol e chuvas) e, por isso, pode contar com ajuda de outros materiais, como telhados e vidros;
• Há várias espécies de bambu disponíveis no mercado brasileiro. Cada uma é indicada para uma finalidade;
• O profissional precisa ter conhecimento técnico sobre o assunto.

Chaluppe recomenda combinação de bambu com outros materiais, como vidro, para manutenção da qualidade das toras

As dicas da arquiteta e urbanista Leiko Motomura, do escritório Amima – Arquitetura de Mínimo Impacto Sobre o Meio Ambiente, estão na atenção ao local escolhido para as construções e à contratação de mão de obra especializada. “Você precisa contratar pessoas que saibam lidar com o bambu, não é a mesma coisa de você contratar alguém para fazer obra de concreto e alvenaria”, diz. Leiko é responsável pelo Centro Max Feffer Cultura e Sustentabilidade, localizado em Pardinho (SP). O espaço foi pensado para comunidade realizar atividades voltadas à responsabilidade ambiental. Encabeçado pelo Instituto Jatobás, foi premiado 8ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, e foi construído de acordo com práticas e preceitos que preservam e contribuem para o equilíbrio do ambiente, tornando-se o primeiro centro cultural do Brasil a obter o certificado LEED.

Cobertura do Centro Max Feffer, em Pardinho (SP), conta com o diferencial do bambu / Foto: Roger Sassaki

 

Bambus do Centro Cultural Max Feffer são protegidos das intempéries

Confira imagens do Centro Max Feffer Cultura e Sustentabilidade: https://www.youtube.com/watch?v=y7Jv13p0sZs&feature=youtu.be

Rolar para cima