Arquitetura sustentável reduz consumo de energia e emissão de gás carbônico

Leticia Szczesny/Assessoria de Imprensa – FNA

Práticas sustentáveis que ajudam a reduzir o impacto ambiental são soluções valorizadas em todas as áreas. Na arquitetura e urbanismo não é diferente. Tendência em países da Europa, onde os programas de incentivo do governo subsidiam iniciativas, a arquitetura sustentável ganha força no Brasil. Entre as possibilidades, estão os sistemas de telhados verdes e jardins verticais. As plantas, além de tornarem o ambiente esteticamente mais bonito, também são boas aliadas do meio ambiente, da economia doméstica e da saúde. Quando implantados em edifícios ou casas, os sistemas reduzem o consumo energético, pois funcionam como isolantes térmicos devido a sua inércia térmica, diminuindo as perdas ou ganhos de calor com o ambiente externo. Além disso, auxiliam na redução de gás carbônico e outros poluentes devido a capacidade das plantas na filtração e purificação de ar, e ainda reduzindo as ilhas de calor nos centros urbanos.

Foto: Ormy Hütner Júnior/Tellus Arquitetura Sustentável

Nos centros urbanos, outra vantagem é a retenção de água da chuva. “Estudos recentes mostram que os telhados verdes podem reter em torno de 50% da água da chuva precipitada em um determinado período de tempo”, explica o arquiteto e urbanista Ormy Hütner Júnior, que trabalha com arquitetura sustentável. Segundo o profissional, seria economicamente mais viável as cidades incentivarem o uso desse mecanismo do que estar constantemente tendo que ampliar sistemas de drenagem urbana. “Essa prática contribuiria muito para redução das cheias e enchentes, que é algo comum de se observar nos grandes centros urbanos com baixa permeabilidade do solo”, disse Hütner, que também é secretário de Educação, Cultura e Comunicação Sindical da Federação Nacional de Arquitetos e Urbanistas (FNA).

Foto: Ormy Hütner Júnior/Tellus Arquitetura Sustentável

A cidade de São Paulo, por exemplo, possui dois importantes projetos com os sistemas. O edifício Matarazzo, que abriga atualmente a prefeitura, e o Shopping Eldorado, que fica na zona Oeste da cidade. No caso do empreendimento comercial, o telhado verde atende ao movimento crescente de agricultura urbana, onde espaços ociosos são utilizados para produção de alimentos dentro das cidades.

De acordo com o arquiteto e urbanista, outra possibilidade para o uso dos telhados verdes é a implementação etapas de de sistemas de tratamento de esgoto na cobertura, utilizando as plantas e as raízes como parte do sistema filtrante. “Essa técnica é possível substituindo parte ou toda a camada de substrato por água e, assim, transformar a cobertura em uma grande estação de tratamento de esgoto por zona de raízes”, explicou.

Os jardins de chuva, que fazem parte dos projetos de infraestrutura verde urbana, também auxiliam a drenagem urbana, retendo parte da água nas horas de pico da precipitação, evitando a sobrecarga do sistema existente. “Assim como os telhados e paredes verdes, os jardins de chuva devem ser vistos como uma tecnologia para aplicação dentro do conceito de infraestrutura verde, utilizando princípios do paisagismo multifuncional”, disse Hütner,, ressaltando que, infelizmente, o sistema é pouco conhecido para ser aplicado dentro das políticas públicas nos municípios.

Incentivos

Por mais que sejam vários os benefícios dos sistemas de arquitetura sustentável, Hütner avalia que, em geral, faltam regulamentações para estimular as pessoas a utilizarem estes recursos. “Apenas alguns municípios procuram criar incentivos fiscais para que os empreendedores invistam em uma arquitetura com baixo consumo energético ao longo da vida útil da edificação”, disse. Para ele, os municípios devem ter projetos de cidades sustentáveis, onde o conceito não fique restrito às edificações isoladas.

O IPTU Verde é um exemplo de inciativa do governo para instigar as pessoas a utilizarem sistemas sustentáveis. A medida oferece redução do imposto para proprietários de imóveis que atendam requisitos, como telhados verdes, jardins verticais, sistemas de armazenamento e aproveitamento da água da chuva e micro geração de energia. Além disso, alguns municípios brasileiros possuem leis que obrigam as novas construções a implementarem o telhado verde.

Foto: Ormy Hütner Júnior/Tellus Arquitetura Sustentável
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