Arquitetura hospitalar prioriza conforto e bem-estar de pacientes e profissionais da saúde

A ideia de que hospitais são lugares frios têm sido modificada gradativamente pelos conceitos de arquitetura hospitalar. As últimas transformações priorizam o conforto, o aconchego e uma infraestrutura humanizada a pacientes, acompanhantes e profissionais da saúde. Áreas de convivência e estrutura para os visitantes, pacientes e colaboradores dos hospitais estão entre as principais mudanças. Uma delas é a implementação de espaços verdes e arejados que permitam a entrada do sol. Outra é a utilização de janelas, aberturas e varandas voltadas para paisagens externas  “É muito importante que haja o contato – pelos menos visual – com as áreas externas, para dar as pessoas noção da passagem do tempo – do dia e da noite”, afirma Ana Carolina Potier, arquiteta e urbanista do MEP Arquitetura e Planejamento, escritório do Paraná especializado em arquitetura hospitalar.

Segundo Ana Carolina, para atender às necessidades do público frequentador das instituições hospitalares, o primeiro passo é entender quais atividades médico-hospitalares serão realizadas nos locais a serem projetados e quais serviços serão prestados. Neste sentido, aponta ela, é necessário haver uma conjunção entre as necessidades do público externo e interno, além de levar em conta os fluxos de trabalho, os espaços necessários para a realização das atividades diárias e ainda atender a legislação sanitária e demais normas. “É como o plano diretor de uma cidade, onde são pensados o zoneamento das unidades hospitalares e os eixos de circulação principais que estruturarão o crescimento ou rearranjo espacial da instituição”, explica.

Para o arquiteto e urbanista e sócio-fundador do L+M Gets, escritório especializado em gestão de espaços de saúde, Lauro Miquelin, as normas de segurança são essenciais para a elaboração de projetos de arquitetura hospitalar, como, por exemplo, para prevenção de incêndio e de desabamento.  “É de extrema importância seguirmos essa linha, pois pensar no metabolismo humano é especialmente exigido nos momentos de risco”, afirma. O estúdio de arquitetura foi responsável pela ampliação do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP), e inclui em seu portfólio unidades para jovens médicos empreendedores, além de dezenas de hospitais e o mais novo Centro Paraolímpico da América Latina em SP.

A principal norma de segurança a ser respeitada, segundo Ana Carolina, é a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 50/2002 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que regulamenta a elaboração de projetos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) em todo o país. Há também a RDC nº 189/2003 da ANVISA, que estabelece os procedimentos de análise, avaliação e aprovação dos projetos pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS). “Existem várias outras regulamentações específicas para cada tipo de unidade a ser projetada, tanto em nível nacional, quanto estadual e, eventualmente, até municipal”, pontua.

Texto: Letícia Szczesny

Foto: Monkey Business Images / Istock

 

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