Arquitetos e urbanistas debatem Sistema de Acreditação de Cursos do CAU/BR

Arquitetos e urbanistas que participam do 42º Encontro Nacional de Sindicatos de Arquitetos e Urbanistas (ENSA) debateram, na manhã desta sexta-feira, em Brasília, os prós e os contras do sistema de Acreditação do Conselho de Arquitetos e Urbanista (CAU/BR). O projeto, preparado para ser implementado, na prática, de maneira experimental no início de 2019, suscitou dúvidas e discussões sobre sua razão de ser após palestra da coordenadora da Comissão de Ensino e Formação do CAU/BR, Andrea Lucia Vilella Arruda.

Segundo a arquiteta e urbanista, o sistema cria uma avaliação sobre a qualidade do ensino num momento em que o Ensino à Distância (EAD) de Arquitetura e Urbanismo já conta com 721 cursos no país e 115 mil vagas autorizadas pelo governo. “Os estudantes são nosso futuro, temos que ficar atentos. A acreditação fomentará a qualidade do ensino, sendo um referencial para estudantes e sociedade”. Cinco universidades voluntárias foram selecionadas para participar do projeto piloto. A intenção é que os primeiros resultados sejam divulgados em 15 de dezembro de 2019, dia do arquiteto e urbanista.

No entanto, os ex-presidentes da Federação Nacional de Arquitetura (FNA) Valeska Peres Pinto e Angelo Arruda questionaram a viabilidade do projeto com relação à equipe executora da avaliação, ao custo da mesma e à relação com o governo e as ferramentas usadas pelo governo para também avaliar o ensino no país. “Por que, ao invés de propor nova avaliação, o CAU não se une ao Inep, que é muito sério e realizado por pessoas muito qualificadas? Temos 88 mil arquitetos matriculados no Ensino à Distância no país e vão estar no mercado daqui a pouco”, questiona Arruda.

Paulo Oscar Saad, conselheiro fiscal do Sindicato de Arquitetos e Urbanistas do Rio de Janeiro (Sarj) endossou o coro sobre o envolvimento de todas as entidades da categoria na discussão. “Os profissionais têm muito a opinar sobre os novos arquitetos que vão sair da escola. E, para isso, terá de se enfrentar o Ministério da Educação (MEC). Temos que ser inteligentes e fazer esse enfrentamento juntos”, frisou. Andrea finalizou ressaltando que o sistema é, ainda, um projeto, e que todas as contribuições são bem vindas.

Fotos: Carolina Jardine

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