Emblemático, todo e qualquer discurso do ex-presidente uruguaio José Pepe Mujica sempre cala fundo. E não foi diferente na noite desta terça-feira (13/10), ao manifestar-se ao lado de companheiros de longa data no 12º CONCUT, em São Paulo. Lembrando do esforço travado por gerações na busca dos direitos trabalhistas, ele destacou as conquistas de uma jornada justa, mas lembrou que a vitória só será completa quando os trabalhadores lutarem juntos para impor uma única jornada de trabalho no planeta. E aconselhou: “Quando você tiver uma jornada de seis horas, dedique-se a viver a vida. É a única que temos. Faça o que você gosta”.
Segundo Mujica, o trabalhador precisa ter tempo para viver. “E, ter tempo para viver, é ter tempo para a liberdade. Precisamos buscar as coisas elementares da vida: o amor da mulher, os amigos os filhos e a tranquilidade de andar pela rua”, destacou. O resto, disse Mujica, deve ser encarado como cultura burguesa. “A verdadeira pobreza é viver desesperado, acumulando e acumulando”, salientou.
E alertou que os jovens precisam de memória para não perderem o “fruto dolorido de gerações” que lutaram pelos avanços da classe trabalhadora. “Hoje falamos em transparência da administração pública. No futuro, teremos que lutar pela transparência nas empresas transnacionais para debater salário e lutar por Justiça”, salientou o líder uruguaio, lembrando que atualmente a democracia funciona apenas no âmbito jurídico e ainda é preciso reduzir desigualdades. “Precisamos manter a coragem e o amor à vida. Somos responsáveis pelo mundo que vivemos e pelas gerações futuras. Nunca tivemos tanto recursos e tantas possibilidades”.
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